Os certificados de aforro (CA) são um dos variados meios que o Estado tem à sua disposição para pedir dinheiro emprestado a fim de satisfazer as necessidades do erário público. Os CA são, por outro lado, um meio dos cidadãos colocarem as suas poupanças a render duma forma segura e útil, para os próprios e para a sociedade. Mas como o Estado (usando o dinheiro de todos os portugueses) é responsável pelo pagamento dos respectivos juros, o seu valor não deve ser superior aos valores que se pagariam indo ao mercado.
De facto, não parece justo que o grupo de portugueses que escolhe os certificados de aforro para investir as suas poupanças tenha um benefício superior à custa da maioria dos cidadãos, ricos e pobres, que terão de pagar mais para cobrir esse excesso de juros da dívida pública.
Por esta razão estou do lado dos economistas e dos leigos que concordaram com a redução dos juros dos CA de 3,5% para 2,5% e contra os que a criticaram.
Mais uma nota. Mesmo com o juro de 2,5 %, os CA continuam a ser uma boa e segura aplicação de poupanças comparando com os mesquinhos juros pagos pelos bancos pelos depósitos a prazo, pouco mais que 1%.