Na comunicação social tem-se assistido a uma gritaria da parte dos professores, sobre a recuperação do tempo de serviço, para progredir na carreira. Antes dos professores, existem portugueses muito mais afectados pela bancarrota de José Sócrates. Por exemplo, aqueles que perderam as suas casas, os que perderam os empregos, aqueles que não foram atendidos atempadamente no SNS, para uma consulta ou operação, etc, etc. Qual a verba de que este governo dispõe para ressarcir estes casos?
Há sempre a tendência para efectuar comparações com os outros países, no que respeita aos salários, mas nunca no que respeita à criação de riqueza ou economia.
Nesta data, o salário mínimo de França é de 1800 euros. Este salário tanto pertence a um professor, como a um empregado de mesa. O salário médio da Função Pública portuguesa é de 2000 euros. A França é o 7.º país mais desenvolvido do mundo e Portugal encontra-se no 39.º lugar deste ranking. Como é que isto é se tornou possível? No ano de 1992, Aníbal Cavaco Silva, aproveitou o dinheiro europeu que vinha para as empresas aumentarem a sua competitividade, e resolveu brindar aqueles que são mais queridos do poder. As conclusões são óbvias: o Estado tem no seu seio corporações com salários muito superiores ao justificável, quando comparados com a produção de riqueza nacional.
Colocar numa Constituição o termo “carreiras especiais” é mais um descaramento dos autores da mesma. O 25 de Abril de 1974, no concreto tratou-se de uma “meia revolução”, e certas atitudes do salazarismo continuam a marcar o dia a dia dos portugueses.