Diga de sua justiça
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Culto da intriga
Com honrosas excepções, a grande maioria dos comentadores políticos e jornalistas da nossa comunicação social continua a dedicar largo tempo à intriga política e aos julgamentos na praça pública. Não satisfeitos com este comportamento indecoroso e sectário, arvoram-se em representantes dos cidadãos. O caso do ministro das Infraestruturas é mais um exemplo deste lamentável exercício da ‘informação’.
O primeiro-ministro procurou informar-se com rigor e concluiu que não havia motivo para condenar o ministro em causa e aceitar a sua demissão, por não encontrar nenhum comportamento ilegítimo ou lesivo do interesse público. Mostrou carácter e coragem, por não alinhar na ‘enxurrada’ mediática, guiando-se sim pela sua consciência.
O Presidente da República, faria bem melhor em dedicar-se a incentivar o desenvolvimento social e económico do país, em lugar de se deixar enredar nas ‘tricas mediáticas’speitando as competências constitucionais de cada órgão de soberania.
Carta aberta
Carta aberta aos fumadores da aldeia alentejana onde o único café que vende tabaco vai deixar de o poder fazer, sendo a alternativa fazer 18 km para o conseguir:
Prezados compadres. Apesar dos esforços de alguns (e aqui ocorre-me o Miguel Sousa Tavares), os fumadores não têm direitos. Só obrigações, ou melhor, proibições.
Como a alternativa seria deixarem de fumar, o que poderia ser mau para a vossa saúde, coloco-me desde já ao vosso dispor para vos enviar via CTT, numa caixa de sapatos, os cigarros que quiserem encomendar, sempre que tal se torne necessário.
Naturalmente têm de me pagar os portes e a mercadoria. E apenas isso.
Estou às vossas ordens.
Condenação de Putin
A mente humana é capaz de produzir os argumentos que considera mais convincentes para justificar os seus atos, ainda que os mesmos possam contribuir para crimes hediondos para com povos inocentes. A guerra na Ucrânia não é mais do que um conflito que reflete a insensatez e a cobardia de um homem que pretende subjugar um povo à sua vontade e tirania, fazendo milhões de vítimas inocentes, fazendo crianças órfãs.
Estados independentes eram aqueles que faziam parte da antiga União Soviética, cuja história foi infeliz para muitos que sofreram às mãos de um regime opressor, por detrás da chamada Cortina de Ferro, com perseguições que o ditador russo procura fazer renascer, violando o Direito Internacional com claros crimes de guerra, pelos quais Putin e os seus próximos devem ser julgados e condenados.
Parabéns!
Antes de mais, parabéns ao T&Q, pelo seu centésimo número, e a todos os seus trabalhadores e colaboradores. Até eu estou de parabéns porque estou convosco desde a primeira, primeira hora.
Mas deixem-me fazer sobressair deste feixe de grandes jornalistas, Joaquim Letria, que ficará para sempre ligado a este jornal venham as séries que vierem.
É de tal importância este aniversário que nem vale a pena falar no assunto que é a espuma do dia: as TAP’s.
Sim. Porque há a TAP operacional que continua a voar, a descolar, a atender os seus passageiros, e a aterrar nos mais diversos aeroportos do mundo com os seus aviões, sem restrições, sem confusões, sem balbúrdias e sem o diz que disse, mas não disse, e também o contrário, que disse que não disse, mas disse.
Há depois a outra TAP à qual eu chamaria a TAP de São Bento que parece ser um biscoito para que muitos se divirtam. Felizmente, não percebem nada de nada, muito menos de aviões, porque se fossem eles a mandar na outra TAP como mandam nesta, não sei o que aconteceria.
E não sei mesmo o que vai acontecer, mas lá que vai, vai.
Chega
O nosso primeiro-ministro disse no dia 25 de abril que a comunicação social é responsável pela popularidade do Chega. Como se não fosse ele um dos responsáveis, devido às suas políticas de austeridade encapotada, que criam cada vez mais dificuldades aos portugueses, devido aos casos e casinhos de falta de escrúpulos de quem vai para o Governo. Ele, António Costa, ajuda a alimentar uma onda de descontentes e de órfãos da democracia. Não pode agora vir culpar os jornalistas pela popularidade dos demagogos do Chega. Faça um exame de consciência, senhor primeiro-ministro.
Problemas
O PS não é carne nem peixe. É excepcionalmente muito poucochinho social-democrata, com toda a carga defensora do capitalismo dito popular. A extrema-direita fascizante está aí, porque o PS absolutista não responde a quem mais precisa! A última medida, com festejado foguetório, foi a redução do IVA para a taxa 0. O resultado é pífio. Nos bens comestíveis englobados, ainda a medida não tinha sido posta em prática, já os intermediários das grandes superfícies os tinham aumentado de preço.
A poupança na nossa carteira é muito residual… Os hipermercados voltam a ser os grandes beneficiados. O primeiro-ministro afirma: “Os políticos não existem para criar problemas ao país”. Perguntamos-lhe: qual é a área da nossa sociedade que não tem problemas? Têm todas problemas! O SNS, a Escola Pública, a Habitação Social, a Justiça, os Transportes Públicos, a Cultura (atirada para as margens) e por aí adiante… Em nome do socialismo – qual socialismo? -, este desgoverno vive numa realidade antagónica à esmagadora maioria do Povo que trabalha ou é reformado/aposentado, a quem sobra sempre mês…. Avisem o sr. António Costa & Cia. que estão a abrir as portas de par em par ao populismo fascista do Chega!
Antes democracia burguesa, fascismo jamais!
Carga fiscal
Há coisas que custo a entender. Temos um ministro das Finanças a papaguear que as taxas de imposto têm vindo a baixar, e o mesmo envia um Plano de Estabilidade para Bruxelas em que a carga fiscal aumenta: este ano, novo recorde de 37,3%. Ou seja, bem mais de um terço do PIB advém das receitas do Fisco e da Segurança Social.
Ora bem, nestes tempos de IRS, olho para o meu exemplo e ainda menos percebo. Baixaram os impostos? Mexeram nos escalões? Sou daqueles que bem gostava de pagar a taxa máxima de imposto. Era sinal de que facturava bem. Infelizmente, não é assim. No ano passado, trabalhei mais e ganhei mais uns 3500 euros do que em 2021. Feitas as contas, fiquei de cara à banda: na colecta líquida vou pagar mais mil euros para o Fisco.
Portanto, quase um terço do que consegui, e me saiu do pêlo, vai para o Estado. Até poderia estar tudo bem, se por acaso tivesse médico de família – só mesmo no papel -, se tivesse transportes em condições para o trabalho – azar o meu, que tenho de deslocar-me em viatura própria e pagar IUC, seguros, inspeções, manutenção, combustíveis – ou se os meus filhos, estudando em escolas públicas, não tivessem de pagar propinas.
Conclusão: carga fiscal, o Diabo que a carregue. Depois queixam-se de que a economia paralela continua a crescer…
Numa guerra… todos perdem
O presidente do Brasil, Lula da Silva, pensa pela sua cabeça e não está enfeudado a quaisquer imperialismos. Seja russo ou americano. Para a invadida Ucrânia pede, e bem, diplomacia, cessar-fogo e Paz! Alguém duvida que os EUA/NATO e a vassalagem da União Europeia estão a estimular a guerra na Ucrânia? Perguntamos: caso o extinto Pacto de Varsóvia (cuja extinção pressupôs que a NATO não se expandisse à Europa de Leste) tivesse alargado a sua esfera de influência até ao México e ao Canadá, como reagiria a administração norte-americana?…
A extrema-direita encapotada, Iniciativa Liberal, defendeu a não presença de Lula na Assembleia da República, por “ser um aliado de Putin”(!). Macron também busca a paz para a Ucrânia e sendo liberal por que razão esta agressiva extrema-direita não se insurgiu? Dois pesos e duas medidas é demagogia barat a e ridícula. Facilmente desmascarada.
Os interesses multimilionários subjacentes à guerra e seus defensores miseravelmente censuram quem preconiza uma solução negociada para pôr fim a uma guerra que pode desaguar num conflito nuclear de proporções catastróficas – jamais imaginadas… e é, pelo menos, defensor do Planeta Terra!
Novela aérea
A comissão de inquérito da TAP tem lágrimas. Egos doentios. Ao que parece, alguma intriga. Até se fala em reuniões secretas ao melhor estilo dos filmes de espionagem. Nesta trágico-comédia lusitana, uns refilam de indignação e outros riem destes episódios tão pitorescos.
Portugal que temos
Vivemos num País onde três princípios norteiam o nosso quotidiano, no que concerne à intervenção social na comunidade em que estamos inseridos:
– Os que nada fazem, apenas criticam levianamente a realidade virtual em que vivem, procurando enaltecer-se e descarregar as frustrações pessoais, políticas e sociais e, muitas vezes, obter dividendos dessa estratégia maléfica;
– Os que dizem que fazem e que não fazem, numa tentativa, pensada e calculada, de enganar o próximo com o objetivo de reforçar a afirmação social, política e a necessidade de estar na ribalta. Quase sempre a sua (in)conduta é temporalmente desmontada, pois, como diria Abraham Lincoln: “Pode-se enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não se consegue enganar todas por todo o tempo.”
– Os que fazem, são os obreiros indispensáveis para a evolução das comunidades, os artífices do crescimento e desenvolvimento. São injustiçados pelos invejosos e incapazes e por uma opinião pública formatada e crítica, muitas vezes com o apoio de uma comunicação social tendenciosa.
É o Portugal que temos!