DIRECTOR: MANUEL CATARINO  |  FUNDADOR: JOAQUIM LETRIA

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Vamos contar mentiras

Confesso que devido às constantes falsas promessas, deste e de outros governos, que nos têm vindo a desgovernar, considero-me um céptico militante, que por mais vontade e esforço que possa ter em modificar a minha opinião não acredito nestes políticos, pelas constantes mentiras que pregam ao povinho.

O Orçamento do Estado 2024 é a prova disso. Os governantes estão todos convencidos, e procuram convencer o povinho, que falam verdade, isto a propósito das tabelas de IRS para o próximo ano de 2024. Vão beneficiar os contribuintes? Mentira.

Teleteatro, terceira parte da peça ‘Vamos Contar Mentiras’, adaptação portuguesa do original espanhol da autoria do dramaturgo espanhol Alfonso Paso. Título que se pode adaptar na perfeição ao Orçamento do Estado.

Mário da Silva Jesus, Codivel – Odivelas

História e Cultura no Mundo

Quando o jornalista Carrizo perguntou a Jorge Luis Borges, “O que pensa das touradas? Qual a sua concepção da figura do toureiro?”, o escritor argentino respondeu: “É uma das formas activas de barbárie. No que diz respeito ao toureiro, ele é essencialmente um cobarde. Um homem que, com o aparato racional de estratégia, treino, armas, exercícios e prática, palestras e muita aprendizagem, se mede contra um animal aturdido pela surpresa, pela ansiedade, um animal que não tem outro recurso, senão o reflexo do seu instinto primário. Por essa desigualdade, podemos medir o valor de um toureiro.

A verdadeira coragem não tem tais chances ofensivas. É por isso que, para mim, os toureiros não são bravos, mas cobardes. Cobardes da coragem”.

A tourada não é cultura para ninguém no seu pleno discernimento. É uma barbárie medieval, uma tortura doentia a um animal encurralado, que não se pode defender. É vergonhoso que um órgão de informação proceda à sua propaganda. Já não vivemos no período negro da história do Portugal salazarista, onde se cultivava esta aberração, que só mesmo os acéfalos toureiros a consideram cultura. E alguns jornalistas que ainda não transpuseram essa mentalidade negra e cruel.

Hoje, os animais, felizmente, já são respeitados pelas novas gerações. A velha guarda destoa nesta luta diária pelos direitos dos animais, perpetuada por milhares de portugueses. Na defesa dos direitos de todos os animais.

Virgínia Mayo Camacho, Lisboa

O caritativo Presidente

As condições de habitabilidade dos professores deslocados é pouquinho mais que nada! Os docentes têm em mãos – de facto – o futuro de Portugal, pela instrução que proporcionam aos estudantes, sendo duma utilidade/importância extraordinárias.

Um professor ‘habitava’ numa viatura.

À porta do Palácio presidencial de Belém protestava pela enorme dificuldade por que passam os professores deslocados. Eis que surge o Presidente e aquele justo protesto ficou furado. O docente fez saber que Marcelo lhe pagou uma noite numa pensão onde pôde tomar um duche. Este carácter assistencialista caritativo, que faz dobrar a cerviz de quem aceita, não faz levantar

a cabeça. A ajuda é burlesca e a aceitação, porque fez desmobilizar a luta, nem devia ter acontecido. Sabemos que o Presidente pula para estar próximo das pessoas, mas, neste caso, nada entendeu sobre o alcance desta manifestação ousada, justa e impactante!

Esta caridade adiou mais a solução.

Vítor Colaço Santos, S. João das Lampas – Sintra

No tempo dos pirolitos

Há muito que vários ministros vêm prometendo – tanto que até já se tornou normal, prometer – taxar as garrafas e latas com uma tara para que sejam recuperadas para reciclagem. Bem entendo e apoio.

Aqui no meu bairro, por todos os cantos, o que eu mais vejo são as pequenas garrafas de cerveja abandonadas por tudo quanto é poiso, muitas mesmo no chão e algumas até perigosamente partidas.

Curiosamente, não me apercebi de que estas garrafinhas fossem também castigadas com tara, neste Orçamento, para poderem ser recicladas. Não sou adivinho, mas tenho cá um pressentimento que há por aí algum lóbi que protege estas pequenas garrafinhas de serem também taxadas.

Há muito, muito tempo, quando eu era ‘puto’ até os pirolitos tinham tara. Quando a minha mãe me dava uns tostões para comprar um pirolito, eu tinha negociado com ela que a tara era para eu depois comprar tremoços. Dramaticamente, tinha de escolher: ou comprava os tremoços ou prescindia deles para ficar com o berlinde. Nesse tempo não havia garrafas abandonadas. Mas quando havia, alguém as apanhava para ir receber a tara.

José Rebelo, Caparica – Almada

Populares e popularuchos

Nem figuras de pedra, nem beijoqueiros compulsivos. O destino nos livre destes dois tipos de políticos a exercerem cargos públicos.

O primeiro tipo vive numa torre de marfim. A sua arrogância contamina o ambiente democrático. O segundo tipo é um bajulador da população. Sem rumo para o país. Pronto a dizer tudo e o seu contrário em buscas de votos. O seu ar de amigo dos necessitados da sociedade é tão falso como os seus beijos e sorrisos. No fundo, é alguém que parasita a Democracia.

Ângelo Santos, Peniche

Aeroporto em Vendas Novas?

A informação que chegou à comunicação social de que a equipa de técnicos encarregada das opções de localização do novo aeroporto irá apresentar a localidade de Vendas Novas como uma das opções possíveis é sem dúvida uma excelente notícia para Portugal.

Esta localização, sem ‘lobbies’ económicos conhecidos que a promovam, é a solução mais amiga do ambiente. Também tem a vantagem de representar o aproveitamento de uma linha de ferrovia já existente, assim como o acesso facilitado à autoestrada, a apenas 70 km de Lisboa, encurtando desta forma a distância dos 90 km entre Lisboa e Santarém.

A comunidade e o município, que detêm mais infraestruturas do que Alcochete e muitas outras localidades ainda em estudo, irão assistir ao crescimento da sua economia local e ao consequente crescimento populacional.

Em todas as reportagens a que assisti não vi referida a possível utilização dos gigantescos terrenos afetos ao Ministério da Defesa que existem no município de Vendas Novas e que poderão poupar aos cofres do Estado um valor significativo de investimento.

Estes terrenos encontram-se abandonados e a sua utilidade era significativa quando existia uma guerra colonial e os soldados de artilharia ali treinavam antes de embarcarem para as colónias. Terrenos e casas que são o símbolo de um Portugal que já não existe, mas que por inércia não se adapta aos tempos presentes… Um Portugal que não decide ao fim de 50 anos uma localização para fazer aeroportos…

Esperemos que, ao final de tanto tempo, esta surpresa se torne realidade!

Paulo Freitas do Amaral, via e-mail

Ativistas e meios de transporte

Alguns elementos ativistas, todos eles ‘garotos’, pertencentes ao movimento ‘Climáximo’, resolveram, em forma de protesto – de quê, e para quê? –, bloquear o trânsito, num dos sentidos da 2.ª Circular em Lisboa, e também cortaram o trânsito noutra das artérias da capital, mais concretamente na Rua de São Bento. Manifestações em prol da defesa do meio ambiente. Mas sejamos sérios: será que esses mesmos ‘garotos’ estão preocupados com as atividades da GALP e da EDP? Será que não utilizam veículos nas suas deslocações diárias e não têm necessidade de se servirem da EDP? Pois é, deviam estar mais preocupados a saber ocupar o seu tempo. A estudar.

Mário da Silva Jesus, Codivel, Odivelas

Filicídio

Decorria o ano de 1979, nasce o menino batizado de SNS, sendo seu ‘progenitor’ o PS, apesar das tentativas abortivas, dizem, do ‘padrasto’ PPD/CDS. A criança foi crescendo, apesar dos muitos maus-tratos do seu ‘procriador’, e chegada a idade adulta o seu estado é de tal maneira débil que todos temem o pior.

Os diagnósticos precoces não eram animadores, mas o ‘progenitor’ não dava ouvidos a ninguém e insinuava que se tratava de campanhas alarmistas. Porém, há quem o acuse de asfixia financeira. Outros, o acusam de o querer dar à adoção a entidades privadas.

A situação é gravíssima e os alertas dos profissionais não param de cessar. A lista das enfermidades cresce diariamente. São os fechos das maternidades. São as urgências encerradas. São os doentes sem acesso a cuidados de saúde. São os utentes de madrugada à porta dos Centros de Saúde para conseguirem uma simples consulta. Operações adiadas ‘sine die’. Listas de espera, idem. Utentes sem médico de família a caminho do milhão e quatrocentos mil. A situação é insustentável. Nem quando o SNS é entregue ao ‘padrasto’ se verificam tais maus-tratos.

Os utentes exigem uma pena exemplar para este autêntico filicídio. O julgamento está marcado para Setembro/Outubro de 2026, a menos que a situação se agrave mais ainda.

Henrique Cardeal, Porto

Barragens da Líbia e os EUA

A rotura de duas barragens na Líbia causou uma inenarrável catástrofe, afogando uma cidade e causando mais de 10.000 mortos. Pode-se argumentar que choveu muito e que não houve alerta dos serviços meteorológicos, mas nos países vizinhos a tempestade causou apenas poucas dezenas de vítimas.

A diferença é que as barragens, de que se conhecia o risco, não tinham qualquer manutenção desde que, por razões “humanitárias”, os EUA e amigos bombardearam o país, deixando a Líbia em cacos. São eles, agora tão preocupados com a soberania das nações, os verdadeiros culpados da falta de serviços que, antes de arrasarem tudo “em defesa da população”, existiam.

Jorge F. Seabra, Coimbra

O malfadado decote

Certas pessoas, incluindo basicamente os pressurosos políticos, levantaram um furor recriminatório e um escarcéu desnecessários pelo facto de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa facécia inofensiva, espirituosa e elegante ter comentado (ou apreciado?) um decote que uma bonita jovem exibia estando acompanhada de sua mãe, não perdendo, o Presidente, ainda o ensejo de afirmar que a dita jovem era mais bonita do que a mãe. Logo se levantaram vozes esfaimadas a falar de sexismo e de outras palermices. Uma dessas vozes foi a inefável Isabel Moreira, acolitada por Susana Peralta, a proficiente e esclarecida professora de Economia – o que, de alguma maneira, me surpreendeu. É certo que Isabel Moreira não possui a ‘sagesse’, a postura sensata e discreta do seu falecido pai, o saudoso senador Prof. Adriano Moreira que, ao tempo, foi ministro de Salazar e conseguiu, ainda, tornar-se democrata no pós-25 de Abril. Ora, Isabel Moreira quer, direi a senhora deputada exige, que o Presidente Marcelo peça desculpa pela ‘blague’. Era só o que faltava! Ao que nós chegamos e ao que chegaremos com esses impositivos e caprichosos movimentos feministas. O Prof. Marcelo não foi indelicado nem afrontou ninguém. Não tem que pedir desculpa. Tenham juízo! Qualquer dia até mandam calar o Quim Barreiros porque é sexista. Ou desaparece o galanteio masculino dirigido ao sexo feminino. Também é sexista. Tudo é sexismo.

António Cândido Miguéis, Vila Real