DIRECTOR: MANUEL CATARINO  |  FUNDADOR: JOAQUIM LETRIA

A guerra na Ucrânia tem ocupado muito tempo dos comentadores e jornalistas. O erro mais comum assenta numa ignorância completa da História da II Guerra Mundial. Convém relembrar algumas das datas mais importantes deste conflito: Em Setembro de 1939, Hitler toma posse de metade da Polónia e Estaline, dezasseis dias depois, ocupa a outra metade; Em Junho de 1941, a Alemanha lança a operação Barbarossa, entrando nas fronteiras da ex-URSS; No dia 6 de Junho de 1944 – Dia D –, os Aliados iniciam a Operação Overlord no norte da França; Em Fevereiro de 1945, os três líderes encontram-se em Ialta, na Crimeia, para acertar entre si as últimas acções no campo militar e para dividir a Europa em duas áreas de influência: a URSS e os países de Leste; os EUA e os países ocidentais.

Logo que começaram as Conferências de Moscovo, os líderes ocidentais já sabiam das purgas estalinistas. A primeira pergunta que se pode fazer é esta: por que razão Roosevelt e Churchill aceitaram em Ialta um acordo em que o exército de Estaline saísse das suas fronteiras e ocupasse a cidade de Berlim e os países de Leste? No rescaldo da II Guerra, a Europa Ocidental deve tanto à ex-URSS como aos EUA. A dívida histórica também é recíproca por parte da ex-URSS. É difícil para os ‘democratas’ perceberem que aquilo a que se designa de ‘sua liberdade’ também a devem a um ‘ditador’?

Logo após a II Guerra Mundial, a comunicação social falava nos três grandes e Churchill retorquia: “Nesta guerra, houve dois grandes e um meio”. O que só valia metade era ele mesmo.