Quando o jornalista Carrizo perguntou a Jorge Luis Borges, “O que pensa das touradas? Qual a sua concepção da figura do toureiro?”, o escritor argentino respondeu: “É uma das formas activas de barbárie. No que diz respeito ao toureiro, ele é essencialmente um cobarde. Um homem que, com o aparato racional de estratégia, treino, armas, exercícios e prática, palestras e muita aprendizagem, se mede contra um animal aturdido pela surpresa, pela ansiedade, um animal que não tem outro recurso, senão o reflexo do seu instinto primário. Por essa desigualdade, podemos medir o valor de um toureiro.
A verdadeira coragem não tem tais chances ofensivas. É por isso que, para mim, os toureiros não são bravos, mas cobardes. Cobardes da coragem”.
A tourada não é cultura para ninguém no seu pleno discernimento. É uma barbárie medieval, uma tortura doentia a um animal encurralado, que não se pode defender. É vergonhoso que um órgão de informação proceda à sua propaganda. Já não vivemos no período negro da história do Portugal salazarista, onde se cultivava esta aberração, que só mesmo os acéfalos toureiros a consideram cultura. E alguns jornalistas que ainda não transpuseram essa mentalidade negra e cruel.
Hoje, os animais, felizmente, já são respeitados pelas novas gerações. A velha guarda destoa nesta luta diária pelos direitos dos animais, perpetuada por milhares de portugueses. Na defesa dos direitos de todos os animais.