DIRECTOR: MANUEL CATARINO  |  FUNDADOR: JOAQUIM LETRIA

É confrangedora a parcialidade com que a generalidade da Comunicação Social trata o tema das greves dos professores. Só são reveladas as suas reivindicações de tudo e mais alguma coisa. Nada (ou quase nada) é dito sobre aquilo que já foi aceite pela outra parte (o Ministério da Educação) nas negociações, designadamente o fim da precariedade e a redução significativa da mobilidade, situações que se arrastavam há décadas. A cada compromisso do governo (a maior parte deles omitidos pela Comunicação Social) só se divulga a ‘ladainha manhosa’ dos sindicalistas, dizendo que nada foi concedido, o que é uma vergonhosa falsidade. Depois de o governo ter já também reposto a contagem do tempo de serviço e descongelado parte do tempo anteriormente congelado, medida que tem de ser aplicada, por elementar sentido de justiça, a todos os cerca de 800 mil funcionários públicos e não só aos professores, há que avaliar o impacto orçamental da aplicação de retroactivos totais, com bom senso, sob pena de virmos a desembocar em novas ‘troikas’, onde depois voltarão os cortes, sem apelo nem agravo.

Para juntar à festa, temos as oposições a ‘cavalgarem’ a onda das greves de professores, com total irresponsabilidade (a dita ‘esquerda’) e completo oportunismo (a direita), pois é certo e sabido que se estivessem no poder, não haveria qualquer abertura negocial.