DIRECTOR: MANUEL CATARINO  |  FUNDADOR: JOAQUIM LETRIA

É agradável ver o apoio que Portugal tem prestado à Ucrânia. Não pode deixar-se passar em claro a violação grosseira do Direito Internacional pela Rússia. A ordem internacional transformar-se-ia num caótico fluxo de violações fronteiriças e de ocupação de Estados menores por potências mais bem armadas ou mais poderosas no seu todo.
Acresce a tudo isto a declaração de Putin, o chefe de Estado russo, dias antes da invasão, em que proclamava que a Ucrânia não existia, apresentando razões históricas falsificadas, ao bom estilo hitleriano (que dizia, por exemplo, que “os checos deveriam desaparecer” por nem terem História própria).
Com alguma frequência, nas redes sociais surgem referências a outras disputas internacionais, nomeadamente Olivença, manifestando espanto pelo contraste entre as posições de Estado portuguesas de apoio ao Direito Internacional na Ucrânia e a apatia desse mesmo Estado no que a Olivença diz respeito, já que se trata doutro caso de desrespeito pelo Direito Internacional.
Realmente, em termos de princípios, há uma certa contradição. Todavia, face à violência dos combates na Ucrânia e aos perigos que este conflito acarreta para a humanidade, há que ter alguma cautela.
Uma comparação simplista não é aconselhável. Ainda que, em abono da verdade, não ficasse mal ao Estado português, em termos gerais, ser mais coerente.